O sofrimento extravagante
Sei que não devo transformar o
meu sofrimento num filme concorrendo ao Oscar, no qual represento o papel
principal. Preciso aprender a lidar com as minhas dificuldades com serenidade e
interromper de vez esse sofrimento extravagante, sem fazer drama, pois não
quero ser lembrado como a pessoa que mais sofreu na face da Terra. Enfrentar a
dor com coragem e paciência, e também com discrição, pode amenizar em muito o
meu sofrimento. Não podemos evitar que coisas negativas nos aconteçam, mas
podemos escolher a maneira como cada coisa vai nos afetar. Já nos cansamos de
ouvir que a dor pode ser inevitável, mas o sofrimento é opcional e temos que
criar mecanismos para fazer isso funcionar.
Hoje sei que ficar irradiando o
meu sofrimento e divulgando aos quatro cantos é uma maneira inadequada de lidar
com ele, pois, além de depor contra minha imagem, contribuo para potencializar
e perpetuar o meu sofrimento. Acabo passando o conceito de uma pessoa fraca que
não sabe lidar com os problemas. Se conseguir um pouco de serenidade, sei que
as dificuldades e barreiras assumirão a dimensão real, pois a mente
transtornada acaba por construir uma imagem bizarra da realidade, e cada
pequeno buraco nos parece um abismo sem fim. Peço sempre coragem para enfrentar
o que tenho pela frente e discernimento para saber o que é e o que não é da
minha conta.
Tentar levar a carga do outro é
um sinal de prepotência. Ajudar as pessoas, dando apoio e suporte totalmente
diferente, e não devemos nos furtar disso.
Quero reduzir o meu sofrimento e
sei que isso está nas minhas possibilidades.
Trecho do livro: Hoje pode ser um
dia melhor (R.S.Beco)
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