segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Desafios da linguagem dialógica

A atual sociedade da informação tem demandado mudanças significativas em diversos segmentos, e na educação não tem sido diferente. Entre elas a substituição da transmissão unidirecional de informação pela troca interativa entre os sujeitos da aprendizagem, bem como a ideologia de uma educação continuada e centrada no aluno e a rejeição daquele tipo de ensino “bancário”, entre outras mudanças paradigmáticas.

A educação a distância, on-line, se apresenta como uma interessante oportunidade para o deslocamento da pedagogia da transmissão para a pedagogia do diálogo, e nessa perspectiva, tem se constituído num novo paradigma educativo, demandando do educador uma postura menos autocrática e monológica. O desenvolvimento de cursos a distância deve considerar uma adequada estruturação de conteúdos, uso adequado de hipertextos, a promoção de uma linguagem interativa e dialógica.

Entretanto, alguns desafios têm se apresentado neste novo paradigma de ensinar e aprender de uma forma diferente da qual, tanto alunos quanto professores, não foram acostumados. A própria ação de apresentar um conteúdo utilizando uma linguagem dialógica, a praticagem desse diálogo de forma escrita e à distância, o rompimento da prevalência da transmissão, assim como a conversão do educador num formulador de problemas , num provocador de interrogações, já se constitui em grandes desafios, pois a palavra falada é motivada pela necessidade de conversação e está sempre associada a gestos e expressões corporais que auxiliam a comunicação e facilitam o entendimento. 

Ao contrário da linguagem falada, na linguagem escrita a motivação precisa ser criada precisa ganhar novos símbolos que possam representar a expressão, a entonação entre os interlocutores objetivando dar sentido pleno ao que está sendo comunicado.


Diante de tais considerações, o educador deve buscar na linguagem dialógica e na interatividade um canal fértil de conexão com seus alunos, pois segundo Silva (2003, p. 269), “o professor que busca interatividade com seus alunos propõe o conhecimento, não o transmite. É formulador de problemas, provocador de situações, arquiteto de percursos, mobilizador das inteligências múltiplas e coletivas na experiência do conhecimento. Disponibiliza estados potenciais do conhecimento de modo que o aluno experimente a criação do conhecimento quando participe, interfira, modifique. Por sua vez, o aluno deixa o lugar da recepção passiva de onde ouve, olha copia e presta contas para se envolver com a proposição do professor”.

Até a próxima!

S@ssis

Nenhum comentário:

Postar um comentário